segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Mini-Fic: Eu não acredito no amor - Parte 1

10 de Dezembro de 2009, Paris, França.

O que você faria se você desse de cara com um estranho e ele despertasse sentimentos em você, que você mesma desconhece? 
Todos nós sabemos que a vida não é um conto de fadas. Príncipes não existem e o amor à primeira vista é muito raro. Cinderela até pode haver, mas não existe o sapatinho de cristal, e mesmo que existisse e você o perdesse, o homem que o achasse não iria atrás da sua dona. Provavelmente iria vendê-lo. Bruxas malvadas, isso vai existir para sempre. Tem sempre alguém malvado na história. 
O amor é complicado, complexo talvez. Pouca gente sabe o que é viver o amor e poucos sabem o seu significado. Nem eu mesma sei o que é o amor! Dizem que é a melhor coisa do mundo, dizem que é a pior, dizem que é a paixão e o desejo, dizem que é o ódio e a dor.  Ninguém sabe ao certo o que é o amor na verdade. Não até encontrá-lo. Encontrar o verdadeiro amor e vivê-lo é o desejo de todas as pessoas apaixonadas pela vida. 
Elas gostam de sonhar com o amor. Imaginar como seria estar nele. Na verdade, e em minha opinião, não são todas as pessoas as que vivem um verdadeiro amor. A maioria apenas acha que sim. Por isso, um amor à primeira vista pode ficar fora da lista. Vamos ser sinceros. Achar o verdadeiro amor é como encontrar uma agulha num palheiro. Meu avô sempre me dizia que o amor era encontrado onde e quando a gente menos espera, mas na verdade, eu não acredito no amor. 
Meu nome é Demetria Devonne Lovato e tenho 25 anos. Sou uma das mulheres mais ricas do mundo, no meu escalão é claro e sou como um fantasma. Sou filha de gente rica e sinceramente, pouco ligo pra isso. Sou formada em Gestão Administrativa.
Eu lembro quando meu pai me deu dinheiro para abrir a minha própria empresa e lembro também quando ele ficou furioso por eu ter comprado acções numa empresa aí. Ele dizia que o dinheiro era um empréstimo e que depois eu lhe pagaria de volta. Posso dizer que ele foi inteligente em dizer isso. Ele sabia que eu nunca iria aceitar dinheiro dele. Mas eu não sou burra não. Acham que perdi o dinheiro? Se sim, estam enganados. Ter investido dinheiro na Apple foi a melhor coisa que eu fiz.
Hoje sou praticamente dona maioritária da Apple, Microsoft, Sony, Nokia, Lg, BMW, Mercedes, Jeep, Range Rover, Porche, Ferrari, Audi, Coca-Cola, Mc Donalds, Starbucks, Disney. Fox, Gucci, Calvin Klein, Ralph Lauren, Louis Vuitton e acho que já deu pra imaginar né? Eu vivo das acções que tenho. É ótimo para o ego saber que muitos homens trabalham para uma mulher. Eu sou aquela mulher que acredita na teoria de que as mulheres irão governar o mundo. As mulheres são mais inteligentes que os homens e melhor na cama. Facto! Já para não mencionar de que a mulher é uma arma de sedução.
Mas eu explico pra vocês aquilo de ser como um fantasma. Eu sou uma compradora anónima. Ninguém de nenhuma das empresas sabe que a sua dona maioritária, é uma mulher. Querem saber o porquê disso? É muito fácil. Eu nunca na vida iria abdicar das três coisas mais importantes para a minha sobrevivência: Privacidade, Liberdade e Pessoas Reais. Confusos? Eu explico!
Eu amo ter privacidade na minha vida. Se soubessem que sou bilionária e dona de todas aquelas empresas, eu não iria poder sair à rua sem ter um paparazzi atrás de mim. E eu odeio que outras pessoas ganhem a vida vendendo a vida pessoal de outros. 
Liberdade é o que mais aprecio. Eu gosto de fazer o que quero, quando quero e com quem quero, sem ter ninguém me julgando. Julgar é o que as pessoas mais fazem nos dias de hoje. É vergonhoso eu sei. 
Pessoas Reais. Não é preciso explicar muito é? Eu não tenho muitos amigos, mas os que tenho, são REAIS. Ou seja. Gostam de mim pelo o que eu sou, e não pelo o que eu tenho. Eu odeio gente falsa que se aproxima de gente rica por causa dos benefícios ou fama. No mundo do dinheiro, não se pode confiar na própria sombra. Quem sabe de meu segredo é minha família e meu tio Josh que me “representa” nas empresas. Ele é como se fosse um patrão falso. Todos pensam que o patrão é ele, mas não. 
Nesse momento estou sentada num banco à beira do rio Sena com o meu cappuccino da Starbucks e o meu sobretudo. Paris é minha cidade favorita no mundo inteiro, com certeza. Paris é lindo no inverno e bem friorento também, especialmente à noite. Mesmo assim, as pessoas não têm problema em sair de casa com seus companheiros e passear e namorar pelas ruas iluminadas da cidade. Bem dizem que Paris é a cidade do amor. Eu não os critico, mas é que, o amor simplesmente não existe para mim. Eu não acredito nele. Eu sou uma solteirona que ama passear pelas ruas de Paris durante a noite com o seu cappuccino e seu sobretudo. Apenas observando tudo à sua volta. Eu nunca me apaixonei e nunca namorei. Na verdade, eu não preciso de ninguém dessa maneira. Eu sou feliz assim, apenas me dedicando à minha carreira. Tenho um bom futuro e um bom presente. 
Eu era zuada na escola por ser nerd. Mas olhem onde estou agora! E sabem que mais, a maioria das pessoas que me zoavam, trabalham para mim agora e nem sabem. Eu só não as despeço porque eles precisam mais disso do que eu. 
Agora voltando ao início. O que você faria se você desse de cara com um estranho e ele despertasse sentimentos em você, que você mesma desconhece? Foi isso que me aconteceu essa manhã. Eu estava indo bem cedo até ao Starbucks tomar o meu café da manhã  Faz parte da minha rotina. Até que quando vou a entrar, um imbecil veio contra mim e derramou todo o café em minha blusa. Se fosse outra pessoa qualquer eu ia dar a louca. Mas não dessa vez. Ele era moreno, alto, forte, cabelos negros e os olhos dele eram castanho claro. Ele era lindo para falar a verdade. Ele tinha um sorriso muito fofo e simpático no rosto e ele deveria ter mais ou menos minha idade. Eu não conseguia desviar meus olhos dos dele. Era incrível a profundidade que eles tinham. Eu estava nervosa. Meu coração batia rápido e eu nem sabia o porquê. Se calhar era fome. Teria que comer ou iria desmaiar com uma quebra de pressão.

— Me desculpe — disse ele enquanto coçava sua nuca possivelmente envergonhado — foi sem querer. Eu sou muito desastrado. — disso eu tinha a certeza. A única coisa que eu consegui fazer foi sorrir.

— Tudo bem — sorri meio boba — não tem problema. — e ele sorriu de canto.

Até que uma mulher aparece atrás dele. Ela tinha cabelos longos, num tom castanho escuro. Ela era bonita. Muito bonita. Mas não gostei da maneira que ela me olhou. Ela me olhou como se me estivesse esnobando. Como se fosse melhor que eu.



Continua...

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