terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Capítulo 10 – I’m In Love With Her


Coloquem essa música que eu amo pra carregar e soltem ao meu sinal!
Enjoy lindas! ;D

***

Há uma semana que eu estava sendo torturado toda vez que eu chegava em casa e via a cena mais terrivelmente incômoda que meus olhos poderia presenciar: Demi sendo engolida por aquele loiro magricelo. E como se não bastasse presenciar isso, toda vez que fechava os olhos, essa maldita imagem surgia em minha cabeça.



Tudo isso estava me enlouquecendo. Presenciar essas cenas, tê-las em minha mente, a falta que eu sentia de Demi... Tudo estava me deixando extremamente irritado, constantemente, irritado!

Eu não estava sendo uma boa companhia para ninguém ultimamente. Não tinha paciência pra conversar com Ashley, nem pra resolver os problemas lá do escritório, nem pra atender os telefonemas dos meus amigos, que tinham se tornado mais constante ultimamente e, por falar neles...

- Fala Mike! – atendi o celular, jogando-me no sofá de qualquer jeito.
- Ei cara, até que enfim me deu o prazer de escutar sua voz – ele respondeu rindo.
- Para de bixisse e fala logo – eu disse rindo um pouco.
- Bro, vai inaugurar um barzinho novo aqui perto de casa, ele é diferente, é uma mistura de bar com boate, mas não chega a ser um pub, entende? – ele disse rápido rindo no final por saber que eu não tinha entendido nada.
- Não cara, mas quanto ao convite – eu disse meio relutante – acho que fica pra próxima.
- Ah Joe, qual é? – ele disse meio aborrecido – Você nunca foi de negar um convite cara, o que tá acontecendo? É a magrela de nariz empinado que tá no teu pé?

Hm... Mencionei que meus amigos não curtem muito a Ashley? Não?! Ok, agora vocês sabem.

- Cara, não fala assim da Ashley ok?! Não tem nada a ver com ela. - eu disse sabendo que isso era injusto.

Ashley nunca gostou de sair com meus amigos, por motivos óbvios, e ela também nunca curtiu muito bares, pubs e boates. Sempre que saímos era para o cinema, parque e essas coisas românticas e meio bobas as vezes, devo dizer.

- Desculpa bro, mas então se não é ela é o que? – ele perguntou.
- É complicado Mike, não sei se você entenderia. – disse jogando minha cabeça para trás e recostando-a no encosto do sofá.
- Bem, se você acha que não sou capaz de entender – ele começou a dizer sugestivo– Conheço alguém que pode...

Eu ri em resposta, sabia bem do que ele estava falando.

- Nem todos os problemas podem ser resolvidos com cerveja, Mike. – eu disse rindo brevemente.
- Em quem falou em resolver? – ele respondeu rindo. – Mas pelo menos esquecer por uma noite... Vamos bro!
- Ok! – suspirei derrotado – Que horas e onde?
- É assim que se fala! – ele disse comemorando – Te vejo daqui a meia hora o endereço é esse aqui...

Anotei o endereço e despedi-me de Mike. Até que uma noite relaxando com meus amigos não me faria mal. Há muito tempo que eu não fazia isso, estava sentindo falta deles, na verdade.

Subi as escadas, mas antes que eu chegasse até a porta do quarto ouvi o sinal da secretária eletrônica soar e parei pra ouvir o recado.

“Amor, tô ligando pra avisar que vou sair tarde do trabalho, as coisas aqui andam bem complicadas, mas assim que chegar faço aquela lasanha que você adora como pedido de desculpas tá?! Amo você!”

Revirei os olhos e bufei, mas depois vi que isso não seria tão ruim, afinal, eu iria sair com meus amigos, pelo menos não ficaria sozinho essa noite.

Tomei banho, coloquei uma roupa legal e escrevi um bilhete pra Ashley, avisando onde eu estaria. Saí de casa e fui em direção ao endereço que Mike me deu. Ao passar em frente a casa dos Lovato não pude deixar de olhar e observar que estava tudo escuro. Eles deviam estar dormindo, afinal já passavam das dez da noite.

Respirei fundo e reprimi minha vontade de escalar a parede e invadir o quarto de Demi. Concentrei-me no caminho a minha frente. Essa noite eu não pensaria nela, esqueceria meus problemas, minha inseguranças e até meus sentimentos, ainda não tão bem definidos. Essa noite seria minha e de meus amigos. Mais ninguém.

Ao chegar no bar/pub/boate (não sabia bem o que era) pude ver os letreiros em neon com o nome: Brazilas. Interessante, o lugar era brasileiro. Eu sabia falar português, era necessário para as transições de negócios lá no escritório e já fui algumas vezes naquele país lindo, que parecia o paraíso. É, aquela noite prometia!

Estacionei em uma vaga próxima e caminhei em direção a entrada do lugar. Logo que entrei uma música, que parecia ser um Rock, tomou conta dos meus ouvidos. O lugar estava lotado. Pessoas sentadas em mesas, conversando animadamente e bebendo. Avistei Mike, Nick (meu irmão mais novo) e duas meninas sentados em uma das mesas e fui até eles.

- Hey, olha quem apareceu! – Mike disse assim que me viu. Levantou-se, em seguida, pra me cumprimentar com um forte abraço.
- E aí bro? – eu disse soltando o abraço e, depois, fui até meu irmão. – Quanto tempo Nico!
- É, certas pessoas, depois que casam, esquecem que tem família! – ele disse meio irônico, mas sem deixar de ser brincalhão.
- Primeiro: eu ainda não casei; Segundo: não esqueci de vocês, só ando meio sem tempo. – respondi dando de ombros.
- Ok, aqui não é lugar pra discussão de família – Mike disse rindo um pouco – Deixa eu te apresentar as meninas. Essa é a Nise – ele apontou pra uma menina de vestido preto que estava ao lado dele, linda.
- Oi! – eu cumprimentei com um sorriso.
- Olá! – ela disse, também sorrindo.
- E essa é a Carol. – Nick disse, referindo-se a menina que estava ao lado dele. Tão bonita quanto a outra.
- Olá! – cumprimentei do mesmo modo.
- E aí! – ela retribuiu o cumprimento.
- Elas são brasileiras. – Mike disse – Foram elas que nos falaram daqui.

E, a partir daí, começamos uma conversa animada sobre o Brasil, comidas, festas e praias. As meninas sabiam como conversar animadamente e, definitivamente, era disso que eu  estava precisando: Distrair minha cabeça, pensar em outras coisas.

Depois de umas garrafas de cerveja, eu já me sentia melhor, mais leve, como se o peso dos problemas tivessem saído das minhas costas. Mas, óbvio, que depois de ingerir tanta bebida, minha bexiga protestou. Pedi licença aos meus amigos e fui até o banheiro que, pra um banheiro de bar, até que era bem limpo.

Quando estava fazendo meu caminho de volta pra mesa, uma risada chamou minha atenção. Eu conhecia aquela risada. Virei, quase que instantaneamente, meu corpo na direção em que ouvi a voz e constatei o que já sabia. Demi estava ali. Com o namorado dela.

Continuei parado, observando a cena. Eles não estavam sozinhos o que, de certa forma, me tranquilizou. Apenas algumas mesas de distância de onde eu estava, conversavam e bebiam, animadamente.

(n/a: Aperte o play e se joguem na música! \o/)

Sem saber exatamente o porquê, me apoiei na parede atrás de mim e me pus a observá-la. Quase como em um passe de mágica, a música ambiente mudou, e alguns acordes de guitarra tomaram conta do lugar. Demi abriu um grande sorriso e puxou as migas pra pista de dança.
                                                       
Sei que vão dizer que não adianta olhar.
Pois acabou de passar dos 16.
Mas olha só o jeito dela dançar.
Seu tênis preto All-Star.


Comecei a prestar atenção na letra da música e ri, sem humor, ao perceber do que a letra tratava. É... O destino sabe ser bem irônico quando quer.

Sem nem ligar se vão notar.
Sorria e fecha os olhos, sabe que
É musa soberana nesse bar.
Mas se você quer ser feliz.

Demi dançava com as amigas de um jeito tão lindo e espontâneo. Ela estava se divertindo, com os olhos fechados e as mãos para o alto, movimentando-se de acordo com a música. Se ela ao menos soubesse o que a letra dizia...

Confia em mim, me deixa te mostrar.
Que de todas é a matriz.
Menina singular.
Capaz de transformar meu desenho em arte final.

Meus olhos não desgrudavam dela, como se o corpo de Demi tivesse uma espécie de ímã muito, extremamente, poderoso. Eu não conseguia evitar, não conseguia sair dali nem tão pouco, conseguia tirar do meu rosto a expressão de bobo apaixonado.

Olha só o seu perfume no ar.
Maquiada com ar de quem sofreu;
Por amor e não quer mais se entregar.
Espera o tempo passar.

Eu sabia o quanto ela havia sofrido na mão do ex-namorado dela, sabia dos traumas que ela carregava, mas também sabia que, se ela se entregou pra mim, só podia haver uma razão: Demi confiava em mim.

E até já dizem por aí.
Que ninguém vai conseguir se aproximar.
Que o lápis no seu olho é pra afastar.
Quem não quiser te ver feliz.

Constatar isso fez meu coração aquecer dentro do peito e uma felicidade percorrer minhas veias. Eu tinha a confiança dela e, me atrevo a dizer, o amor também. Ela pertencia a mim e apenas a mim.

Confia em mim, me deixa te mostrar.
Que de todas é a matriz.
Menina singular.
Capaz de transformar meu desenho em arte final.

Sorri do jeito de como Demi parecia leve, feliz. Essa imagem conseguia ser ainda mais bonita que todas, referentes a ela, que eu tinha gravadas em minha memória. Mais um sorriso bobo escapou dos meus lábios. Já comentei que eu estava parecendo um adolescente apaixonado?

Não há ninguém assim, que faça prometer:
Você vai ser a mais feliz.
Se confiar em mim.
Deixar eu te mostrar.
que eu não sei viver sem você.

Apaixonado? Por que aquela palavra surgiu na minha mente? Será que... Não. Não pode ser! Só porque meu coração tá totalmente descompassado, minhas mãos suando e implorando por algum contato físico com o corpo dela ou mesmo por eu ter pensado nela a todo instante desde que nos conhecemos naquela sacada, nem pelo fato de eu estar morrendo de ciúmes do namorado, irritantemente, loiro que está babando por ela nesse momento, isso não quer dizer que eu esteja... Ah não! AI. MEU. DEUS! Eu estou apaixonado pela minha vizinha pirralha!

Vou ficar até a festa acabar.
Só pra ver se ela vai.
Olhar pra mim...

A música parou de tocar e Demi riu com as amigas e começaram a caminhar de volta pra mesa. Eu continuava parado e com cara de idiota. Eu, realmente, estava apaixonado por ela. Só um imbecil não veria isso. Toda a irritação, os sonhos a vontade de estar com ela. Sintomas que qualquer adolescente reconheceria.

Olhei em direção a mesa dela e a vi sentada no colo daquele carinha a quem ela chama de namorado. Não! Agora que tenho plena certeza do que sinto isso não pode continuar. Caminhei rapidamente até a mesa dela certo do que faria.

- Demi! – chamei alto por causa da música que tocava estridente por todo o lugar.
- Joe? – ela disse com os olhos arregalados em sinal de surpresa.
- Posso falar com você?

Ela continuava a me fitar com a cara surpresa e, pela visão periférica, vi que o loirinho estava com a expressão totalmente confusa. Olhei pra Demi mais uma vez e ela não reagia. Foda-se! Já que estou na chuva, é pra me molhar! Puxei Demi do colo do garoto e a beijei, como nunca havia feito em toda a minha vida!


Continua...


3 comentários: